Mas acho que perder o começo não afetou muito o entendimento da peça. Pelo menos eu me emocionei muito! O espetáculo conta a história de 3 dias na vida de Lima Barreto dentro do manicômio (pra onde foi depois de uma forte crise de alucinação), contados a partir de três perspectivas: o tempo real, do escritor já na velhice, vivido por Flavio Bauraqui; o passado, com Lima Barreto aos 30 anos, interpretado por Nando Cunha; e através dos personagens de "Triste Fim de Policarpo Quaresma", uma das maiores obras da nossa literatura. Foi neste livro que o autor mostrou seu lado combativo e revoltado com o Brasil em que vivia.
O velho Lima Barreto tenta mostrar ao jovem (e, consequentemente, aos personagens) que toda esta ideologia não vai levar a nada, tanta revolta não será reconhecida. Mas o Lima da juventude e o revolucionário Policarpo tentam mostrar suas verdades.
As atuações são ÓTIMAS, com personagens ao mesmo tempo cômicos e trágicos que, em uma mesma peça, te fazem querer rir e chorar. Além disso, QUE CENÁRIO É AQUELE, Brasil? Lindo de morrer! Muito bem feito, representando uma favela e com um jogo de luzes mostrando o amanhecer e o entardecer de forma simples e linda! A iluminação, aliás, é um dos grandes fatores que mexem com a emoção do público no espetáculo! Tudo muito bem feito e de muito bom gosto.
Outra coisa: eu nunca tinha ido ao Teatro Dulcina (Rua Alcindo Guanabara, quase do lado do Amarelinho) e, por fora, a gente realmente não dá nada por ele. Mas é lindo por dentro, com aquele aspecto de teatro antigo (que eu adoro!). Pena a Cinelândia ser tão vazia aos fins de semana à noite (eu estava com um medo sem fim do lado de fora, ainda mais quando se vai de ônibus!).
O fato é: vale demais a pena, gente! Acompanhem a página de "Lima Barreto, ao terceiro dia" no Facebook pra pegar mais informações
1 comentários:
Tenho lido algumas "críticas" de teatro em que os jornalistas se limitam a citar somente o nome do ator que tem alguma fama na televisão, quando, na maioria das vezes, os melhores atores são os que se dedicam ao teatro, com uma longa carreira e um trabalho muito mais intenso e bonito!
Uma pessoa que vai escrever sobre uma peça deveria se informar mais e saber, ao menos, o nome dos atores e os longos anos dedicados ao teatro.
Esses jornalistas me passam a impressão de que nada sabem sobre arte, e que forma à peça, não pra ver cultura, mas pra ver o global a que se referiram. Lamentável!
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