quinta-feira, 30 de maio de 2013

Filme - Faroeste Caboclo

Querem saber de uma coisa? Ir ao cinema sozinha tem se mostrado uma experiência e tanto e eu percebi que tô sabendo mesmo como escolher um bom filme. Desta vez foi "Faroeste Caboclo", que estreou nesta quinta-feira em cinemas de todo o Brasil.

A ordem dos acontecimentos no filme de René Sampaio não é a mesma do clássico de Renato Russo. Além disso, há situações da canção que não foram passadas pra telona, algo no mínimo surpreendente levando-se em consideração que "Faroeste Caboclo", a música, já é um roteiro pronto, completo e perfeito. Mas eu só fui reparar nessas mudanças no fim do filme, quando subiram os créditos e, enfim, a canção tocou. Ou seja: o longa continua sendo incrível! Aliás, essa foi a primeira vez em todos meus poucos 23 anos de idas ao cinema que vi metade do público ficar sentadinho na cadeira por mais de nove minutos, enquanto subiam os créditos, cantarolando... Isso depois de terem aplaudido quando o filme acabou.

Na telona, René Sampaio optou por ser mais shakespeariano e a relação de Maria Lúcia e João de Santo Cristo em muito se assemelha a Romeu e Julieta (Shakespeare tá me perseguindo, só pode!). O romance deles se sobrepõe a questão social do filme que, por sua vez, não é deixada de lado. E facilmente a gente percebe a quantidade de "João de Santo Cristo" que tem espalhados por esse Brasilzão e todos os motivos para eles serem como são, o que já começou a me fazer pensar em todas as questões de direitos humanos e meus pensamentos polêmicos que vão contra o que a maior parte da população pensa, mas não é esse nosso assunto, né?

Com relação a atuação, não há como não destacar o show de Fabrício Boliveira em tela ao encarnar este anti-herói, o personagem que é bandido, traficante, tem tudo pra ser um vilão, mas faz com que a gente torça por ele até o fim, vibrando com cada conquista e aplaudindo cada vez que um de seus oponentes é derrubado.

Isis Valverde é sempre incrível, além de linda, claro. Mesmo com poucas falas, ela mostra a que veio no papel desta filha transgressora de um senador, ainda em época de regime militar, que se entrega, sem medo, às suas vontades e desejos, mesmo que questionáveis.

Outro que merece destaque é Antônio Calloni, brilhante no papel do policial corrupto que provoca a raiva do público (não só por ser "inimigo" de João, mas também por retratar inúmeros outros policiais que até hoje andam por aí fardados sem merecer...), mas que tem tiradas engraçadas, provocando o riso da plateia em certos momentos.

Vale ressaltar ainda que "Faroeste Caboclo" foi o último trabalho de Marcos Paulo, que morreu em novembro de 2012, vítima de um câncer. Ele interpretou Ney, o senador pai de Maria Lúcia.

Segue abaixo o trailer do filme pra quem ainda não viu. VALE DEMAIS IR AO CINEMA! ;)

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